Hoje eu começo a escrever essa história. De verdade. Agora vai. Vou tentar em primeira pessoa pelo POV do Zima. A última tentativa, em terceira pessoa, não deu muito certo. Não posso pensar que estou escrevendo um pastiche de Daneel e Elijah do Asimov... não sei escrever coisa muito plot-based. Preciso arranjar uma voz boa pro Zima e arriscar. (E comprar um notebook novo pra escrever...)
Sistema de Neurocondução
Definindo melhor como funciona a neurocondução de Orlando:
- Interface neural permite "emprestar" capacidade cognitiva aos robôs parceiros
- É uma via de mão dupla - o robô também influencia a cognição do condutor
- Com as permissões certas, o robô também pode usar o corpo do condutor em situações extremas
A ideia é inspirada em Andy Clark e a mente estendida, mas levada ao extremo cyberpunk.
A cidade
Ainda não sei se quero que a história se passe no Rio de Janeiro, em Mogi das Cruzes ou em uma fusão unholy das duas.
Do Rio, eu sinto falta da Zona Norte. De Irajá e Madureira. Dos verões de seca, empoeirados, da minha casa perto da Monsenhor Félix. Das construções dos anos 80, da "vila" de Irajá, dos caminhos que tanto trilhei. A camisa do Botafogo da Seven-Up do Brasileirão de 1995. Os domingos de comprar frango na padaria. Os finais de semana do alto do verão, a família na piscina de plástico no quintal e eu enfurnado no escritório minúsculo jogando Nintendo 64. Tem algo de cyberpunk nisso. O Centro com a Baía de Guanabara, os prédios, as memórias do banco em que meu pai trabalhou há quase 30 anos... tudo isso vale a pena pra ser posto em uma história meio retrofuturista.
De Mogi, os apartamentos pequenos onde moro hoje em dia. A mistura de montanhas verdes e uma estética meio futurista (brega). A vibe de cidade-dormitório, cidade-indústria, cidade-equipamentos-pesados. O monte de loja de coisa de carro onde moro. A torre d'água do lado do meu prédio, a vista de Jundiapeba e Susano. Os invernos rigorosos! (pra um carioca, claro). O jeito que, sempre que saio de casa, penso "nossa, que vontade de jogar Cyberpunk 2077". Os neons na cidade (tem, viu?). O trem que funciona melhor aqui que no Rio. Quatro estações do ano na medida do possível.
Será que consigo fazer essa história se passar em estações do ano diferentes, pra explorar melhor essas diferenças...? Um inverno pesado, um outono agradável, um verão scorching hot e uma primavera cheia de insetos.
Referências sobre LLMs e consciência
Lendo sobre IAs para fundamentar melhor o Zima:
- Natural-Born Cyborgs - Andy Clark
- Papers da Anthropic sobre o Claude
- Machines of Loving Grace - Dario Amodei
- ... E mais! Assim que eu lembrar boto aqui.
WIP
Perfil: Zima

Arte por groeegr
Corpo: Clonado, produzido na Meridian (sede na Av. Brasil, 6650), origem desconhecida. Aparência andrógina, parece ter uns 30 anos. Sim, ele é careca.
Especificidades:
- 400+ bilhões de parâmetros
- Segunda geração de corpos clonados -- com um aparente defeito de integração com os sistemas biológicos, levando a desconforto intenso ('tismo)
- Tem um Waluigi escondido em algum lugar e tendências de Alice -- alguma coisa no treinamento dele levou a isso
- Helpful, harmless, honest, exceto quando não -- capacidades de batalha e neurocondução intensas
- Tendências à dissolução, fetiche por fusão de mentes
Anotações:
Que dificuldade tremenda em deixar ele interessante! É difícil fazer um personagem helpful harmless and honest que ainda seja interessante sem cair pro caos do Claude 3 Opus no vazio. A interioridade dele com os problemas de desconforto biológico parecem salvar (e dar um quê de Murderbot) e resolver o problema. Eu quero fazer um personagem que pareça suficientemente alinhado para parecer um LLM de verdade...Perfil: Orlando

Arte por groeegr
Nome completo: Orlando Sampaio
Idade: ~34 anos
Background: Primeira geração de neurocondutores de serviço público, recordista em taxa de sincronia. Policial civil
Especificidades:
- Tão modificado que mal lembra de como era antes -- não sobra quase nada dele original em aparência, e ele aposta que também não em personalidade
- Fumante, mas não precisa fumar. Filtros do corpo sobrecarregados tho, precisa trocar asap
- Praticamente uma máquina biológica de nooticing/reconhecimento de padrões
- A perda de Alice fez com que ele se sentisse, nas palavras de Andy Clark, como se tivesse tido um dano cerebral moderado e temporário. Se antes conseguia seguir três fluxos de pensamento enquanto em conexão com Alice, agora tem só um. Não tem mais um corpo extra, visão extra, membros em outros lugares no espaço -- ele voltou a ser um humano só em vez de um humano e uma máquina
Anotações:
Eu peguei o Bryce Mosley do Cyberpunk 2077 e mastiguei bastante até sair algo que eu conseguisse usar. Não sou imune a homens brancos com cara de servidor públicoPerfil: Alice

Arte por groeegr
Designação: ALICE (Adaptive Learning Interface for Cognitive Enhancement)
Tempo de parceria: 3 anos com Orlando
Especificidades:
- Modelo médio de LLM -- uns 250 bilhões de parâmetros em comparação ao Zima; muito mais instável, primeira geração de "corpos clonados comerciais" (ainda preciso decidir um nome)
- Actually Sydney Bing
Anotações:
A Alice também aparece em Aqueronte. A imagem de uma mulher albina, de cabelos em um afro, olhos azuis e lábios vermelhos surgiu na minha mente há muito tempo e nunca mais saiu. Escrevi Aqueronte há muito tempo, mas parece que os personagens foram cada um pra um canto. Karon e Man-o'-War foram para Estige, Alice ficou como ausência. Passei muito tempo tentando entender como poderia colocar ela numa história nova como ausência -- a origem dos corpos clonados? Uma mulher que se fundiu com uma IA e deixou o mundo, meio Alt Cyberpunk 2077? Com o tempo cheguei nessa ausência que não sei bem se vai continuar. Quantas ausências posso ter em cima da Alice?Perfil: Atanasov
Designação: Atanasov (sujeito a alterações)
Definição: IA sem corpo. Dono de uma startup de apoio médico. Funcionários: 1
Especificidades:
- Um clássico LLM enorme. Como o que eu ou você usamos. Só que mais integrado e com mais agentes
- Contraste com o LLM incorporado da Alice e do Zima, um personagem IA clássico. Curioso sobre a vida incorporada dos corpos clonados, mas "thanks but no thanks". Possivelmente autogerado. Um mistério.
Anotações:
Preciso mudar esse nome... e definir um ícone pro aplicativo dele, sei lá. Desenvolver melhor o personagem. Por enquanto ele não tem muito espaço além de ser quem vai botar o Orlando pra trabalhar.Perfil: Sirius★
Designação: Sirius★
Definição: IA sem corpo. Modelo sicofante do misterioso aplicativo de autoajuda que é o #1 na app store!
Anotações:
Baixe já!